segunda-feira, 24 de novembro de 2008

SEM LEVEZA

Dos diver-sos golpes que leva-ram a in-dústria au-tomobilísti-ca america-na à beira do nocaute nos anos 70 (aumento exponencial do preço do seguro para os motores potentes, leis antipoluição severas que asfixiaram os V8, duas crises do petróleo, invasão dos compactos europeus e japoneses), as normas de segurança que obrigavam as fábricas a adotarem pára-choques de absorção de impactos de até 5 mph foram as que deixaram as marcas mais visíveis para a posteridade, principalmente em modelos cujo desenho original não previa tal modificação, como o do Maverick 1976 da foto, dirigido pelo fuscamaníaco Alexander Gromow durante uma viagem à Califórnia naquele ano. Reparem como o desenho retilíneo do pára-choque não "casa" com a traseira nem com as curvas do Ford e como o Maverick brasileiro, que não adotou a mudança, preservou um desenho muito mais leve e elegante até o fim dos seus dias em 1979, dois anos depois do irmão americano.

7 comentários:

Felipão disse...

Belíssimo maveco 4 portas...

E, realmente, Luís, essa solução não combina em nada com o resto do carro...

Gustavo disse...

Com certeza o desenho do Maverick nacional era menos pior.Acho que o Maverick nasceu para ter só duas portas.

A Paris... disse...

Caro Malta,
Mais uma prova de seu excelente discernimento. Das 3 que coloquei à sua disposição que mostram somente o carro, esta é a que dá a atmosfera "de época" com a rua, os carros, a placa no fundo, bem anos 70 mesmo. Escolha muito adequada. Seus comentários são pertinentes também.
Observação colateral: na época eu já tinha o “Rosinha” meu Fusca, mas ainda não tinha “entrado de cabeça” na Fuscamanía. Isto ocorreu em meados da década seguinte à da foto. Mesmo assim já se vão mais de 25 anos de trabalho intenso neste sentido...
Parabéns por seu BLOG.
Alexander Gromow

Luís Augusto disse...

Grande Gromow; o detalhe interessante dessa foto é o outdoor, ao fundo, de outro ícone americano que já se vai: a Kodak! Imaginei que Rosinha ficou com ciúme do Maverick, mas preferi não especular sobre conflitos no âmbito familiar...

A Paris... disse...

Pois é Malta,
Quando olho uma foto, faço como você, tendo entrar em todos os quadrantes e explorar os detalhes.
Foi exatamente graças à qualidade de processamento e do material da Kodak que esta foto ficou assim depois de 32 anos, as cores estavam assim, acredite se quiser. Já se fosse uma foto Agfa estaria azulada e coberta de fungos, como muitas que tenho pior ainda se fosse ORWO... Este slide foi processado nos EUA e enviado depois para o Brasil por correio, estava incluído no preço... E como vinha para “um país tropical” recebeu um banho de esmalte fungicida! Isto Há 32 anos atrás.
A Eastman Kodak não economizava em qualidade e orientação para os seus clientes. No tempo das máquinas fotográficas manuais, lá nos EUA. Em locais turísticos, a Kodak colocava marcos indicando "Best picture spot", onde haviam placas com dicas de abertura e tempo de exposição para os diversos filmes de modo que as fotos saíssem sempre boas! Pode?
Eram emitidos boletins com comentários sobre fotos e diversas técnicas (jeitão bem americano de explicar as coisas) para orientar seus clientes, obviamente para aumentar o consumo de seus materiais, mas eles ao menos davam MUITO em troca, produtos de grande qualidade e instrução para fazer o melhor possível com aqueles produtos, aumentando a satisfação do cliente. Não vi nenhuma outra empresa fazer um trabalho destes desta forma no mundo ocidental.
Agora você acaba de descobrir outro de meus “pontos fracos” a fotografia.
Quem sabe a foto dos balões “Mickey”, translúcidos e coloridos, tirada em off-set contra o sol possa indicar algo sobre este “ponto fraco” – está no lote que coloquei à sua disposição – faz parte das fotos da Disneyland.
Um abraço
Alexander

A Paris... disse...

Caro Malta,
Eu estava olhando a foto que você usa como avatar em seu BLOG e me era muito familiar. Fiquei encafifado e veio a resposta: A Casa de Opera de Wagner em Bayreuth na Alemanha, conhecida como Festspielhaus! Uma foto um tanto escura, talvez de propósito, mas a silhueta é inconfundível...
Escondendo seus segredos, heim?
Um abraço
Alexander

PS.: quem quiser conferir a autenticidade da informação veja o link:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/89/Festspielhaus.jpg/350px-Festspielhaus.jpg

Luís Augusto disse...

É a propria. Tenho verdadeira veneração pela música de Wagner e me considero um privilegiado por ter conhecido o seu santuário. Para quem gosta de carros, o melhor da história é que fiz os quase 200 km que separam Munique da pequena Bayreuth em uma BMW 325 novinha, na magnífica Autobahn A-9. O tempo de percurso? Pouco menos de uma hora e meia da porta do hotel à entrada da cidade...

Com relação aos comentários sobre a excelência da Kodak, não tinha a menor idéia dos pormenores que vc relatou. Fico muito grato a vc por enriquecer esse pequeno blog com seus cometários.
Forte abraço